O dólar opera em alta ante o real nesta quarta-feira (10) e a Bolsa brasileira cai após dois dias de euforia com o resultado do primeiro turno da eleição presidencial.
Às 11h (horário de Brasília), o dólar comercial avançava 1,15%, para R$ 3,755. O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, cedia 1,66%, a 84.577,58 pontos.
Segundo operadores, há um movimento de realização de lucros depois da melhora dos mercados nos últimos dias, mas pesam também ruídos entre membros da campanha de Jair Bolsonaro (PSL).
Na terça-feira (9), Bolsonaro disse que não usará a proposta de reforma da Presidência apresentada pela gestão de Michel Temer, já em tramitação na Câmara, e que pretende fazer sua própria reforma. Sem apresentar muitos detalhes, disse que fará uma proposta mais consensual.
"Eu acredito que a proposta do Temer como está, se bem que ela mudou dia após dia, dificilmente ela será aprovada", afirmou.
Mais cedo, seu coordenador político de campanha, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que o entorno do candidato não deve se movimentar, caso ele seja eleito, para a aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano.
De acordo com Lorenzoni, se Bolsonaro vencer, o assunto só será discutido depois da posse, e não na transição.
Na avaliação de agentes do mercado, as declarações vão na contramão da visão do coordenador econômico de Bolsonaro, o economista liberal Paulo Guedes. A preferência do mercado pelo capitão reformado do Exército é apoiada justamente em Guedes, a quem o mercado espera que imponha uma agenda de reformas, corte de gastos e ajuste fiscal.
"Fato é que o mercado está em um namoro com Bolsonaro e Paulo Guedes, e muitos acreditavam que a reforma de Temer poderia avançar ainda em 2018, no eventual cenário de vitória de Bolsonaro. A fala de Lorenzoni pode ser interpretada ou como um simples ruído advindo da dissonância de opiniões que o núcleo da campanha tem mostrado ou é realmente a expressão de um desejo de Bolsonaro", escreveu a Guide em relatório.
Com Reuters




