A eleição de 2018 teve a característica da indignação contra a corrupção, em todos os partidos, embora mais chamativa aquela do PT no Petrolão, e da perda de bem-estar causada pelo desemprego.
Para resumir, corrupção e desemprego explicam grande parte do resultado eleitoral, haja vista a expressiva renovação no Congresso.
O quadro político nacional experimenta, ainda, as divisões implantadas nos anos do PT, em seu processo gramsciniano de separação entre grupos de fortes e de fracos. O PT cria, separa os grupos e fomenta a discórdia. Homens contra mulheres, briga entre diferentes identidades de gênero, disputa racial, etc.
As brigas quebram a ordem social, promovem o caos. Em seguida, o PT entrega a regra para a recomposição da ordem.
A regra do PT.
Um destes cortes apareceu na diferença de opção ideológica entre o Nordeste e o resto do Brasil. Este retrato resulta da inércia ideológica, em que o PT defende os "discriminados" nordestinos.
Quando o Nordeste perceber que não há tal discriminação e que se tornou massa de manobra política do PT, certamente, a opção se dilui.
O resultado eleitoral encurralou o PT e as esquerdas no Nordeste, bem como fez decrescer, em todo o País, outras agremiações que se identificaram com a velha política corrupta.
Partidos tradicionais perderam cadeiras.
Resta o desfecho da escolha presidencial.
As probabilidades, pelo dito, são muito favoráveis à Bolsonaro.
De toda forma, a política brasileira foi repaginada.
Resta aguardar o novo conteúdo.
Felipe Ohana, economista do IPEA
Felipe Ohana, economista do IPEA