A economia brasileira não sustentou o avanço registrado em abril, e voltou a cair em maio de 2018. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio recuou 3,34% em relação ao mês anterior, quando teve alta de 0,46%. Na comparação com maio de 2017, a queda foi de 2,9%.
Com a queda do mês, o IBC-Br registra alta de 0,73% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O BC divulgou o índice, conhecido como a "prévia do PIB", já que aponta a tendência da atividade econômica no País, na manhã desta segunda-feira, 16.
O índice de atividade calculado pelo BC passou de 138,01 pontos para 133,40 pontos na série dessazonalizada de abril para maio. Este é o menor patamar para o IBC-Br com ajuste desde dezembro de 2016 (132,87 pontos). A atividade em maio foi bastante prejudicada pela paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil, verificada nas últimas semanas do mês.
Nas estimativas de analistas do mercado consultados pelo Projeções Broadcast, o intervalo esperado com ajuste sazonal ia de queda de 5,7% a de 2,1%, com mediana negativa de 3,4%. No confronto com igual mês de 2017, as previsões também eram todas de retração, com mediana de baixa de 3%.
Na avaliação de especialistas, a atividade em maio foi bastante prejudicada pela paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil, que durou 11 dias e compreendeu as últimas semanas do mês. Com praticamente todos os setores de atividade impactados pelo desabastecimento de insumos e combustíveis decorrente da greve, linhas de produção foram paralisadas, produtos agrícolas deixaram de ser colhidos nas lavouras e animais para abate morreram por falta de ração, entre outros problemas.
A Pesquisa Industrial Mensal regional de maio, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada na quarta-feira, 11, apontava que a economia vinha esfriando. O estudo revelou que, de 15 locais pesquisados, 14 sofreram queda da produção. Ainda de acordo com o IBGE, a produção industrial em maio caiu 10,9% na comparação com abril, enquanto as vendas do varejo ampliado cederam 4,9% na mesma base de comparação. Já o volume de serviços teve declínio de 3,8% na margem.
Caio Rinaldi e Maria Regina Silva, O Estado de S.Paulo
Caio Rinaldi e Maria Regina Silva, O Estado de S.Paulo