quarta-feira, 21 de março de 2018

Ex-ministros dos governos corruptos Lula-Dilma, Lobão e Braga querem indicar ministro de Minas e Energia para inviabilizar privatização

Com Reuters


A sucessão do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que deixará o cargo em abril para disputar eleições, tem gerado preocupação em defensores da privatização da Eletrobras, à medida que políticos contrários à proposta para a estatal ganham força na definição do novo chefe da pasta.
O senador Edison Lobão (MDB-MA), que chefiou a área nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, tem retomado a influência no setor e poderá indicar o próximo ministro.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), que também foi ministro de Minas e Energia no governo Dilma, também tem se movimentado para nomear alguém.
Segundo uma das fontes, o sucessor de Lobão ou Braga pode até mesmo inviabilizar a privatização de seis distribuidoras de energia da Eletrobras que atuam no Norte e Nordeste, cujo leilão o governo federal tem dito que pretende realizar até maio.
"É o pior cenário para os trabalhadores das empresas, para os fornecedores e para a Eletrobras, mas é um cenário possível hoje", afirmou a fonte, que vê "forças que estão trabalhando para sabotar a privatização".
Em relatório na semana passada, a consultoria de risco político Eurasia escreveu que as movimentações de Braga e Lobão, se confirmadas, serão "um sinal ruim" para o plano de privatização.
Segundo a consultoria, o mercado trabalha com a expectativa de que a pasta será assumida pelo atual secretário-executivo, Paulo Pedrosa, ou pelo secretário de petróleo e gás, Márcio Félix, e um caminho diferente poderia levar à renúncia de técnicos.
A expectativa é que poderá ocorrer a saída de técnicos importantes de Minas e Energia caso se confirme a opção por um nome indicado por Lobão e Braga.
O ministro Coelho Filho tem dito publicamente que sairá do cargo em abril para disputar eleições em seu Estado natal, Pernambuco.
Por outro lado, os senadores Lobão e Braga já têm avançado para retomar seus espaços no setor de energia.
Em janeiro, circulou a informação de que Lobão pretende indicar seu apadrinhado André Pepitone para ser o próximo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em agosto, quando vence o mandato do atual chefe, Romeu Rufino.
Já Braga foi eleito para presidir uma comissão mista no Congresso Nacional que analisa a medida provisória da privatização da Eletrobras.
A assessoria de imprensa do senador Braga negou a movimentação. "Essa informação não procede", disse em nota. A equipe de Lobão não respondeu.