domingo, 19 de novembro de 2017

Ilan Goldfajn diz que espera subida gradual dos juros nos EUA

O Estado de São Paulo



BERKELEY - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse hoje que espera que o Federal Reserve, banco central dos EUA, continue subindo os juros gradativamente, o que vai permitir com que a relativa melhora na economia da América do Sul continue. “Se continuarmos a ver as coisas se normalizarem de maneira gradual, acho que isso será ótimo", disse Goldfajn na noite de sábado, após uma palestra na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central
Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, diz que juros dos EUA devem continuar subindo. Foto: Adriano Machado/Reuters



Ele disse acreditar que Jerome Powell, apontado pelo presidente Donald Trump para comandar o banco a partir de fevereiro, continuará aumentando os juros gradualmente e que “isso será bom para os mercados emergentes”.

“Se as coisas ocorrerem... de maneira menos gradual e mais intensa, seja a partir de um fator fiscal ou qualquer outro que faça com que a inflação fique maior do que o esperado, aí talvez possamos ter uma estrada difícil à frente", disse Goldfajn. “Mas o cenário mais provável é que as coisas sejam graduais."

O Brasil vem cortando sua taxa básica de juros para fomentar o crescimento após a pior recessão de sua história. No sábado, Goldfajn reiterou a expectativa do Banco Central de que o mesmo irá ocorrer no mês que vem.

Com a inflação brasileira agora prestes a ficar abaixo da meta pela primeira vez em anos, as condições financeiras estão favoráveis, disse Goldfajn.

Ainda assim, ele diz que não é momento para se descansar. Para ele, completar a reforma da previdência é crucial.

“Creio que vamos conseguir fazer a reforma da previdência, pode ser nesse ano ou no ano que vem", disse ele. "Ela será muito importante para proteger de alguma forma o país contra turbulências. Quanto mais vigorosa for, melhor, e quanto antes for feita também."

Goldfajn foi otimista a respeito do impacto das recentes altas na energia elétrica nos índices de preços ao consumidor. Para ele,  essa alteração já está mais do que compensada em razão da pressão negativo do preço dos alimentos na inflação. /Reuters