terça-feira, 21 de novembro de 2017

Estudantes trabalharam de forma ilegal na produção do iPhone X na China, diz “Financial Times”


iPhone X em apresentação à imprensa em Pequim, na China. Foto: Thomas Peter/Reuters

Com O Globo


Jovens entre 17 e 19 anos teriam trabalhado de forma ilegal na produção do iPhoneX na fábrica da Foxconn, fornecedora da Apple, em Zhengzhou, na China, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal britânico “Financial Times”. Seis estudantes procuraram o jornal e denunciaram jornadas de trabalho de até 11 horas por dia, que teriam sido impostas por sua escola — Zhengzhou Urban Rail Transit School. Ao todo, três mil estudantes participariam de esquema semelhante de estágio. Eles denunciaram que a escola impôs um período de três meses de trabalho na fábrica como “experiência profissional” para a conclusão do curso.

“Estamos sendo forçados por nossa escola a trabalhar aqui. O trabalho não tem nada a ver com nossos estudos”, disse, ao jornal, a estudante de 18 anos de sobrenome Yang, que pediu para não ser identificada, que revelou ter montado até 1.200 câmeras do iPhone por dia.


Sede da Foxconn em Taiwan. Foto: Tyrone Siu/Reuters


Procuradas pelo “Financial Times”, a Apple e a Foxconn reconheceram que foram encontrados casos de estudantes além do limite de trabalho e afirmaram que estavam tomando atitudes para solucionar a questão, mas apontaram que o trabalho era voluntário. 

A escola não respondeu às demandas do jornal.

A Apple afirmou que uma auditoria encontrou “casos de estagiários que trabalhavam além da hora na fábrica de um fornecedor na China” e que foi confirmado “os estudantes trabalhavam de forma voluntária, eram compensados e recebiam benefícios, mas não deveriam ser autorizados a trabalhar mais que a jornada”.