terça-feira, 17 de outubro de 2017

Importação de combustíveis cresce e causa 'corrida' por logística no país

Zanone Fraissat - 2.fev.2015/Folhapress
Logística para trazer gasolina e diesel de outros países passou a ter prazos maiores
Logística para trazer gasolina e diesel de outros países passou a ter prazos maiores

Maria Cristina Frias - Folha de São Paulo


Com uma diminuição da participação da Petrobras na importação de combustíveis, a logística para trazer gasolina e diesel de outros países passou a ter prazos maiores, segundo a consultoria Terrafirma, que atua nesse setor.

"O mercado não estava pronto para importações de novas empresas. Antes, usava-se o sistema Petrobras, que tinha terminais. Uma novata vai ter de achar soluções para receber [o produto]", diz o consultor Julio Favarin.

A participação da estatal na importação vem em queda -em 2016, ela trouxe 60% da gasolina de fora, e no primeiro semestre de 2017, foi 26%.

Além disso, em julho ela passou a fazer ajustes diários nos preços dos combustíveis.

Nesse primeiro trimestre em que os preços da Petrobras seguiram os do mercado internacional, a importação de gasolina e diesel subiu 45%, na comparação com o mesmo período de 2016.

Com isso, as tradings que compram e estocam combustíveis pelo globo notaram que poderiam ganhar na arbitragem de diferenças de preços se adquirissem de fornecedores internacionais.

A entrada dessas empresas no negócio fez o valor de aluguel de ativos de logística de combustíveis, como tanques, subir, diz o responsável pelo transporte de uma das maiores distribuidoras do país.

Não são só as tradings, as próprias distribuidoras têm importado mais, afirma. A situação é de uma "corrida por infraestrutura", classifica.

Se essa política de preços da Petrobras for estável no futuro, haverá incentivos para investimentos em capacidade para dar vazão aos combustíveis trazidos de fora, especialmente no Norte do Brasil, segundo o executivo.


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Sugestão na arena alheia

O grupo segurador Allianz planeja atuar como coprodutor de eventos nos estádios que levam seu nome, afirma o diretor global de gestão de mercado, Jean-Marc Pailhol.

O objetivo é diversificar as atividades e o público.

Um dos planos é ter, já em 2018, corridas de drones e de robôs no Allianz Parque, estádio do Palmeiras que ainda carregará o nome da companhia até pelo menos 2033.

A Allianz não abre valores, mas a estimativa é de um contrato de R$ 300 milhões.

"Somos parceiros de campeonatos de drones e de robôs, então temos ativos a oferecer", afirma.

"O Allianz Parque é um exemplo do que queremos fazer nos demais. É o nosso estádio mais eficiente, com o maior número de eventos."

A empresa não planeja batizar mais de um empreendimento em um mesmo país, e descarta propostas pelo Pacaembu, cujo novo nome pode acabar negociado no processo de privatização.

A previsão é, nos próximos dois anos, nomear algum estádio na Ásia, para então encerrar a busca por novos contratos, diz Pailhol.


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são os países em que a Allianz batizou estádios
‣ Alemanha
‣ Inglaterra
‣ França
‣ Austrália
‣ BRASIL
‣ Áustria
‣ Itália
‣ EUA
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Tarja amarela

O setor de medicamentos ainda tem desempenho positivo no acumulado de 2017 em relação a 2016, mas os últimos resultados de vendas em farmácias foram negativos, aponta o Sindusfarma (sindicato do segmento).

O desempenho no passado recente fez a indústria rever suas projeções: se antes esperava uma alta de 10% de vendas, agora, estima que o número ficará entre 6% e 8%, diz Nelson Mussolini, presidente da entidade.

O primeiro semestre foi de números positivos -especialmente março, quando houve muitas compras para antecipar a remarcação de preços que aconteceu em abril.

De junho para cá, foram três quedas -só agosto foi positivo. A luz amarela se acendeu por causa de uma queda de quase 4% em setembro, afirma ele.
"É um movimento de todos os medicamentos em farmácia, inclusive dos genéricos. Essa trepidação a essa altura do ano não é normal."

O canal de distribuição em farmácias representa cerca de 65% das vendas de remédios.
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JBS em dobro
A JBS duplicou a capacidade de seu terminal logístico em Cubatão (SP) para não depender mais de terceiros na operação da carga que é embarcada pelo porto de Santos.
O investimento foi de aproximadamente R$ 23 milhões, afirma Gilmar Schumacher, diretor de logística da divisão de carnes da companhia.
"É o único terminal próprio que temos no país. Antes, ele só recebia os contêineres de carne [bovina], e passamos a receber a operação de frango, suínos e couro."
Cerca de 50% das exportações do grupo serão processadas pelo terminal.
"Dobramos a nossa capacidade. Passamos a operar 1.200 contêineres ao mesmo tempo, o que equivale a 34 mil toneladas simultaneamente."
"Com a expansão, é possível que tenhamos um crescimento de 30% no volume exportado antes que seja necessário fazer um novo aporte."

R$ 11,25 BILHÕES
foi a receita líquida aproximada da JBS proveniente de exportações no 2º trimestre
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com FELIPE GUTIERREZ e IGOR UTSUMI