Em 2014 passei uma temporada em Barcelona. Neymar havia chegada à cidade no ano anterior.
Chamou minha atenção, durante visita ao museu do Clube, o fato de 'estampas' do ex-santista ocuparem mais espaço do que as de Messi, maior estrela e ídolo número 1 da torcida.
De resto, a torcida tinha as suas preferência e externava ostensivamente a idolatria por Iniesta, Busquets, Piquet, Suárez... Xavi estava saindo sob protesto dos torcedores.
E Messi é um deus.
Claramente, Neymar não constava da lista dos maiores ídolos da torcida.
Num táxi, a caminho do porto, onde pegaria um transatlântico, percebendo que o condutor era torcedor do Barcelona, como demonstrava o painel do veículo, provoquei:
- Como vai o brasileiro Neymar no seu Clube?
- Me desculpe, mas o Barça caiu com a entrada dele no time.
- Ué! Neymar tem feito tantos gols?
- Jogando ao lado de Messi não há como não fazer gols. Outro jogador menos individualista faria mais gols e não atrapalharia Messi, Iniesta, Suárez...
Diante da veemência do motorista, mudei de assunto.
Já naquele ano de 2014 verifiquei a agressividade do marketing da Nike para 'vender' Neymar.
Lembrei disso tudo ao saber que Neymar está concorrendo agora ao troféu de melhor do ano. Com Messi e Cristiano Ronaldo.
Óbvio que a força da Nike empurrou o brasileiro para o pódio.
Se fosse medido o futebol em campo, Iniesta, Busquets e outros craques estariam bem à frente de Neymar.
Torçamos para que Neymar não acredite que está com essa bola toda. Se ele acreditar, o Brasil corre sério risco de repetir o fiasco da Copa de 2014.
A propósito, alguém acha que o Barcelona liberaria Neymar, se o craque brasileiro estivesse brilhando como certa parte da mídia faz parecer?