segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Moro condena sucessor de Barusco a 15 anos e 2 meses de prisão

Julia Affonso, Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Luiz Vassallo - O Estado de São Paulo



Roberto Gonçalves. Foto: Reprodução
O juiz federal Sérgio Moro condenou nesta segunda-feira, 25, o ex-gerente da Petrobrás Roberto Gonçalves a 15 anos e 2 meses de prisão. O magistrado atribuiu ao executivo os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa.

Documento

“Provado acima de qualquer dúvida razoável que Roberto Gonçalves, ex-Gerente Executivo da Área de Engenharia e de Serviços da Petrobrás, recebeu, em razão do cargo ocupado, vantagem indevida”, anotou Moro na sentença.

Roberto Gonçalves sucedeu Pedro Barusco como gerente executivo da Área de Engenharia e Serviços da Petrobras no período entre março de 2011 e maio de 2012.
A denúncia do Ministério Público Federal, recebida por Moro em 20 de abril, apontou que Roberto Gonçalves recebeu propina das empreiteiras Odebrecht e UTC para beneficiá-las nos contratos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras.
Segundo a acusação, no contrato celebrado em 2 de setembro de 2011, entre a estatal e o Consórcio Pipe Rack, formado pela Odebrecht, UTC Engenharia e Mendes Júnior, para a execução do EPC do PIPE Rack no Comperj, houve oferta e solicitação de propina de R$ 18.696.248,00. O valor teria sido direcionado à Diretoria de Serviços da Petrobras.
A sentença aponta que ‘a propina repassada pelos executivos do Grupo Odebrecht totalizou o valor de USD 2.947.365,54, o equivalente a R$ 9.112.370,04, no câmbio da data do oferecimento da denúncia, 5 de abril de 2017 (3,09)’.
“A propina repassada pelos executivos da UTC Engenharia totalizou o valor de USD 1.200.000,00, o equivalente a R$ 3.710.040,00, no câmbio da data do oferecimento da denúncia, 05 de abril de 2017 (3,09)”, narrou Moro.