segunda-feira, 14 de agosto de 2017

São Paulo vai enterrar 52 km de fios e retirar 2.000 postes das calçadas

Folha de São Paulo


São Paulo vai enterrar cerca de 52 quilômetros de fios e retirar pouco mais de 2.000 postes que dão suporte às estruturas de transmissão de energia, telefonia, TV e internet na cidade.

Enfiar embaixo da terra todos os fios que existem nas ruas e avenidas da capital diminui a quantidade de apagões por causa da chuva e do vento e também deixa a cidade mais bonita.

As obras foram firmadas numa parceria entre a gestão Doria (PSDB), a concessionária de energia AES Eletropaulo e cerca de 20 empresas de telecomunicações.

A primeira fase do projeto, revelada em reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" desta segunda-feira (14), pretende atingir 117 ruas de sete distritos da região central, como Consolação, Bela Vista, República, Santa Cecília, Jardim Paulista, Bom Retiro e Brás.

A meta é concluir a primeira rede subterrânea de fios até meados de julho de 2018. Ainda não há um cronograma definido para que o projeto, batizado de "Cidade Linda Redes Aéreas", chegue às demais regiões da capital.

Eduardo Knapp/Folhapress
Fiação elétrica aérea polui paisagem da capital paulista
Fiação elétrica aérea polui paisagem da capital paulista


A AES Eletropaulo informou à Folha, por meio de nota, que já havia enterrado sua fiação na maioria das vias na região alvo da obra. A empresa disse ainda que vai aguardar a retirada dos demais fios (telefonia e internet) para tirar os postes das calçadas, que são de sua responsabilidade.

A Eletropaulo tem 44 mil quilômetros de fios na Grande São Paulo. Destes, apenas 3.000 km estão sob o solo. De acordo com o secretário de serviços e obras da gestão Doria, Marcos Penido, as intervenções deverão começar pela rua José Paulino, no Bom Retiro. "O projeto prevê dutos com fios compartilhados de energia, internet e TV", disse.

O centro, ainda segundo Penido, foi escolhido para a primeira fase do projeto porque a fiação elétrica já estava enterrada. "Isso facilita. A Eletropaulo, inclusive, já está mapeando outras regiões da cidade com as mesmas condições das do centro para darmos sequência às obras de enterramento", informou.

As empresas de telefonia e internet deverão arcar com os custos das obras. A prefeitura não precisará fazer nenhum investimento, disse Penido.

Já a Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas) afirmou que o trabalho será feito aos poucos porque exige uma engenharia muito específica. Em alguns locais, as obras terão que fazer interferências em redes de água, esgoto e gás. Durante as obras de enterramento, disse Penido, todos os serviços (internet e TV) deverão continuar funcionando normalmente.

A entidade prevê ainda a inclusão de mais sete quilômetros de cabeamento subterrâneo em Vila Olímpia (zona sul) na primeira fase das obras. A meta da gestão Doria é concluir o mandato com 100 km de fios subterrâneos instalados na capital paulista.