segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Ministério de Minas e Energia decide propor privatização da Eletrobras

NICOLA PAMPLONA - Folha de São Paulo


O MME (Ministério de Minas e Energia) informou nesta segunda (21) que vai propor ao Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) a venda de ações da União na Eletrobras, "a exemplo com o que já foi feito com Embraer e Vale".

O governo detém diretamente 40,99% das ações da empresa – o BNDES tem 11,86% e fundos federais, outros 3,45%.

Em nota, o MME argumenta que a venda da fatia da União "trará maior competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, sem as amarras impostas à estatal".

O ministério não informou, porém, qual seria a fatia colocada à venda, limitando-se a falar em "democratização" da empresa na bolsa. Disse apenas que permanecerá como acionista, com poder de veto em decisões estratégicas –o que ocorreu também no caso das duas empresas já citadas.

A decisão, afirmou o ministério, foi adotada após "profundo diagnóstico sobre o processo em curso de recuperação da empresa".

"Apesar de todo o esforço que vem sendo desenvolvido pela atual gestão, as dívidas e ônus do passado se avolumaram e exigem uma mudança de rota para não comprometer o futuro da empresa", defendeu o MME, em nota.

A empresa vem implementando um plano de corte de custos para tentar reduzir seu endividamento, que fechou o segundo trimestre em R$ 23,4 bilhões.

"Não há espaço para elevação de tarifas nem para aumento de encargos setoriais. 

Não é mais possível transferir os problemas para a população. A saída está em buscar recursos no mercado de capitais atraindo novos investidores e novos sócios", defendeu o MME.

Também em nota, a Eletrobras anuncia a seus investidores que o governo proporá a "desestatização" da empresa, mas esclarece que a operação depende de autorizações governamentais, avaliação de autorizações legais e regulatórias e do modelo que será seguido.