quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Advogado que atuou para Odebrecht e escapou da Lava Jato diz que empreiteira entregou prova falsa

Painel - Folha de São Paulo


Meias verdades O advogado Rodrigo Tacla Durán, que atuou por anos para a Odebrecht, acusa a empreiteira baiana de ter apresentado à Lava Jato extratos falsificados de um banco que ela comprou em Antígua, no Caribe, como provas de repasses de propinas. A acusação integra peça que ele enviou a Cingapura, para esclarecer operações financeiras que travou com a empresa naquele país. O MPF pediu a prisão de Durán, mas a Espanha, onde ele está em liberdade provisória, não quis extraditá-lo.
Marca-texto Durán fez uma série de apontamentos nos extratos do Meinl Bank em Antígua, filial do banco austríaco comprada pela Odebrecht no Caribe. Ele afirma, por exemplo, que os documentos não poderiam ter sido emitidos nas datas em que a empresa alega porque as contas estavam bloqueadas.
Power point O advogado diz ainda que a Odebrecht manipulou manualmente trechos dos extratos e aponta divergências na redação de operações como indício de que os registros não foram gerados automaticamente pelo sistema do banco.
Veja lá As peças atacadas pelo advogado estão no Supremo e são citadas em ao menos dois inquéritos abertos a partir da delação premiada firmada pela empreiteira.
Inimigo Durán é acusado pela Lava Jato de ter lavado mais de R$ 50 milhões para a Odebrecht. Ele nega. Em recente entrevista ao “El País”, disse que atuou como advogado da empreiteira e a acusou de ter omitido informações à Justiça.
Todo ouvidos A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara aprovou nesta quarta (9) requerimento em que convida Tacla Durán a falar ao colegiado o que sabe a respeito da empreiteira.
Prova real Procurada, a Odebrecht afirmou que “está colaborando com as autoridades no esclarecimento de todos os fatos por ela revelados. E reafirma o seu compromisso com a verdade e com o combate à corrupção”.
Prova real 2 “Os dados entregues na colaboração foram identificados com apoio de empresas especializadas e serviram de base para acordos já homologados pelas autoridades de diversos países, incluindo o STF e a Justiça Federal do Paraná”, ressaltou a empresa no texto. (Leia a íntegra da nota da Odebrecht)