sexta-feira, 21 de julho de 2017

"Saudades da Lava-Jato", por Nelson Motta

O Globo

O que mais vou ter saudades é da alegria esfuziante que me invadia a cada prisão de pessoas acima da lei


Seria maravilhoso se, ao fim da Lava-Jato, nos fosse dado um Brasil livre de políticos corruptos — pelo menos até o surgimento dos novos corruptos — com os condenados presos e falidos, sob o império da lei.
Só que não. Ou alguém acredita que o Senado, com mais da metade de seus membros investigados ou réus em vários processos (alguns têm 13, como Renan Calheiros, ou nove, como Aécio Neves ), não vai votar leis que facilitem o objetivo coletivo de escapar da cadeia e não devolver o roubado? E a Câmara, que tem um terço dos seus integrantes acusados dos mais diversos crimes, vai votar contra o seu espírito corporativista?