segunda-feira, 10 de julho de 2017

Relator da reforma trabalhista reclama: ‘Governo atrapalha’


Negociação de Temer com sindicatos provoca desconfiança
Ferraço aponta jogo duplo com o fim do imposto sindical
O relator da reforma trabalhista no Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES)Sérgio Lima/Poder360 - 20.jun.2017
 e  - Poder360
Na semana passada, o presidente Michel Temer recebeu o deputado Paulinho da Força (SD-SP) no Palácio do Planalto. Acenou com a possibilidade de negociar a flexibilização do fim do imposto sindical. O relator da reforma trabalhista, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), disse ao Poder360 que isto pode atrapalhar a votação do projeto, prevista para a próxima 3ª feira (11.jul.2017) no plenário do Senado.
A maioria dos senadores defende o fim do imposto sindical, previsto na reforma trabalhista. Há risco de o governo perder votos de aliados desconfiados de que Temer manterá o imposto.

DESCONFIANÇA

O relator da reforma trabalhista no Senado disse ao Poder360 que as negociações do Planalto criam 1 clima de desconfiança. “O presidente faz isso para conseguir voto do partido do Paulinho”, disse. “Se flexibilizar, nós derrubamos novamente no Congresso.”
Eis a fala completa de Ferraço:
Creio que conseguiremos aprovar a reforma, porque é 1 desejo da maioria dos senadores. Mas esse tipo de movimento do Planalto cria 1 clima de desconfiança. Acho que, na verdade, o governo não vai flexibilizar o imposto. É 1 jogo duplo. Mas se flexibilizar, nós derrubamos novamente no Congresso. O presidente fez isso para conseguir o voto do partido do Paulinho, o Solidariedade, contra a abertura do processo. Tanto que tiraram da CCJ o deputado rebelde Major Olimpio (SD-SP). Enfim, foi uma barganha com a reforma para barrar o processo na Câmara. Acaba atrapalhando.

JUCÁ: “TEMOS VOTOS”

Em encontro na noite do último domingo (9.jul) no Palácio do Jaburu, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), garantiu que a matéria será aprovada nesta semana. Foi a única notícia positiva dada ao presidente. O Planalto diz precisar do sinal positivo para apaziguar o desmonte da base aliada.
Como adiantou o Poder360, o governo tem maioria para aprovar a matéria. Mas precisa mobilizar os senadores para comparecerem à votação e impedir que a oposição prolongue a discussão.
O texto precisa da chamada maioria simples (metade dos presentes mais 1) para ser encaminhado à sanção presidencial.
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