Numa ação coordenada com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira mais uma operação contra a JBS. Desta vez, a ação foi batizada de “Tendão de Aquiles” e visa apurar se houve uso indevido de informações privilegiadas por parte das empresas JBS e FB Participações em transações de mercado financeiro ocorridas entre abril e maio de 2017.
Os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão nas empresas do grupo e quatro mandados de condução coercitiva, expedidos, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
O inquérito policial foi instaurado um dia após O GLOBO publicar o teor do encontro de conversa enter o presidente Michel Temer e o dono da JBS Joesley Batista. No dia 19 de maio, houve a instauração de cinco processos administrativos para apuração desses fatos.
A investigação desta sexta-feira apura dois eventos: a venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores, por sua controladora, a empresa FB Participações em abril, em período concomitante ao programa de recompra de ações da empresa, reiniciado em fevereiro de 2017 e a compra de contratos futuros de dólar na bolsa de futuros e a termo de dólar no mercado de balcão, entre o fim de abril e meados de maio de 2017.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que essas operações ocorreram com o uso de informações privilegiadas, gerando vantagens indevidas no mercado de capitais num contexto em quase todos os investidores tiveram prejuízos financeiros.
Desde a divulgação da delação de Joesley Batista, circularam informações de que a JBS teria comprado grande volume de dólares antes de vazamento de denúncia.
Após a reviravolta provocada pela delação premiada de Joesley Batista, dono da JBS, o cerco ao grupo se fecha rapidamente. A determinação do Palácio do Planalto é atuar em ao menos três frentes: na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na cobrança de dívidas junto ao INSS e na revisão de negócios do grupo com o BNDES.