Pedro Ladeira/Folhapress | |
O presidente Michel Temer durante entrevista na biblioteca do Palácio da Alvorada |
IGOR GIELOW - Folha de São Paulo
Com a postergação dia D para Michel Temer no STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente e a corte ganham tempo para tentar achar uma solução para a enroscada institucional em que estão devido ao episódio da delação dos irmãos Batista, da JBS.
Para o presidente, o tempo é exíguo e a tarefa, hercúlea. O Planalto vai tentar manter seu rebanho no mesmo pasto e apresentar avanço no seu programa econômico. Se fracassar, contudo, na leitura do relatório da reforma trabalhista nesta terça (23), a senha da perda de controle do Parlamento estará dada.
E a fatura vai ficar mais cara, tanto na negociação de alívio de dívidas de ruralistas quanto o programa de refinanciamento de dívidas.
O problema maior é que isso não garante o apoio das grandes siglas que sustentam o governo, PSDB e PSD à frente e com DEM representado pela cadeira do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ).
O desembarque está longe de ser um assunto tabu entre líderes dessas agremiações.
Do ponto de vista do Supremo, a decisão de adiar a análise do pedido enfim retirado de suspensão do inquérito contra Temer evidencia operações mais complexas.
Como se sabe, a corte tenta formar consensos, e Temer deixou os ministros pressionados com o clima de decisão imposto ao que deveria ser uma análise banal de uma fase preliminar da apuração.
Isso porque, menos do que o áudio ser ou não uma "prova imprestável", algo importante processualmente mas que pouco altera a percepção política da conversa, o que está em questão são os próprios métodos da Procuradoria-Geral da República.
Não só eles, mas também o papel do ministro Edson Fachin na elaboração da delação dos Batista e ao tomar decisões monocráticas duras. Uma confusão dos diabos.
Se adiou o dia D desta quarta, Temer sabe contudo que tem um encontro marcado com o termo na terça, 6 de junho, quando o Tribunal Superior Eleitoral votará a cassação da chapa na qual elegeu-se vice em 2014.
Para quem gosta de simbolismos, foi também numa terça, no 6 de junho há 73 anos, que o mais famoso dia D da história aconteceu, com a invasão aliada da Normandia. Quem fará qual papel agora ainda é uma incógnita.
Para o presidente, o tempo é exíguo e a tarefa, hercúlea. O Planalto vai tentar manter seu rebanho no mesmo pasto e apresentar avanço no seu programa econômico. Se fracassar, contudo, na leitura do relatório da reforma trabalhista nesta terça (23), a senha da perda de controle do Parlamento estará dada.
E a fatura vai ficar mais cara, tanto na negociação de alívio de dívidas de ruralistas quanto o programa de refinanciamento de dívidas.
O problema maior é que isso não garante o apoio das grandes siglas que sustentam o governo, PSDB e PSD à frente e com DEM representado pela cadeira do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ).
O desembarque está longe de ser um assunto tabu entre líderes dessas agremiações.
Do ponto de vista do Supremo, a decisão de adiar a análise do pedido enfim retirado de suspensão do inquérito contra Temer evidencia operações mais complexas.
Como se sabe, a corte tenta formar consensos, e Temer deixou os ministros pressionados com o clima de decisão imposto ao que deveria ser uma análise banal de uma fase preliminar da apuração.
Isso porque, menos do que o áudio ser ou não uma "prova imprestável", algo importante processualmente mas que pouco altera a percepção política da conversa, o que está em questão são os próprios métodos da Procuradoria-Geral da República.
Não só eles, mas também o papel do ministro Edson Fachin na elaboração da delação dos Batista e ao tomar decisões monocráticas duras. Uma confusão dos diabos.
Se adiou o dia D desta quarta, Temer sabe contudo que tem um encontro marcado com o termo na terça, 6 de junho, quando o Tribunal Superior Eleitoral votará a cassação da chapa na qual elegeu-se vice em 2014.
Para quem gosta de simbolismos, foi também numa terça, no 6 de junho há 73 anos, que o mais famoso dia D da história aconteceu, com a invasão aliada da Normandia. Quem fará qual papel agora ainda é uma incógnita.