quinta-feira, 18 de maio de 2017

Papéis de empresas do país despencam no mercado dos EUA e do Japão

Shizuo Kambayashi/Associated Press
A woman walks past an electronic stock indicator of a securities firm in Tokyo, Wednesday, May 17, 2017. Asian stock markets were mostly lower on Wednesday as a rise in political uncertainties dented risk sentiment with investors keeping their eyes on developments in the White House.
Painel em corretora em Tóquio com desempenho de Bolsas pelo mundo


Os papéis de empresas despencaram após a informação das gravações envolvendo o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS.

O fundo que tem como referência ações e títulos de empresas brasileiras negociados nos EUA (ETF do índice MSCI Brasil) iniciou uma derrocada a partir das 19h40 (quando a informação foi publicada pelo jornal "O Globo") e chegou a afundar mais de 11%.

Um fundo similar, mas no mercado japonês, sofreu efeito semelhante. Até as 23h30 desta, ele registrava queda de 9%.

As ADRs (recibos de ações negociados no mercado dos Estados Unidos) de empresas brasileiras também tiveram quedas expressivas após o início da maior crise do governo Temer.

Os papéis da Petrobras chegaram a recuar 12,5% no "after hour" (após a conclusão do pregão regular) da Bolsa de Nova York. As ações da estatal estão entre as principais beneficiadas nos últimos meses com a recuperação do mercado brasileiro, após a saída do poder de Dilma Rousseff, há um ano.

As ADRs da Ambev também sofreram forte queda, de 10,1%, e as de Itaú Unibanco e Vale caíram 7,4%.

As negociações no "after hours" em Nova York não são uma garantia de que o mercado brasileiro vai iniciar em queda nesta quinta-feira (18), mas eles dão uma indicação do humor dos investidores com as empresas do país neste momento.

Nos últimos meses, o mercado brasileiro tem sido um dos que mais se valorizaram no mundo, após um longo período de perdas, marcado pelas dúvidas sobre a continuidade de Dilma na Presidência e pela recessão que teve início em 2014.

A aposta dos investidores nas empresas brasileiras acontece apesar de o país ter perdido ainda em 2015 o grau de investimento, selo concedido pelas agências de classificação de risco para os papéis que são
avaliados como de risco pequeno de calote.

O risco-país (medido pelo CDS, espécie de seguro contra calote), que disparou em 2016, está agora no menor nível em dois anos.