segunda-feira, 17 de abril de 2017

Dólar cai mais de 1%, a R$ 3,10, com ação do BC e exterior

Eulina Oliveira - Folha de São Paulo

O dólar opera em forte baixa ante o real nesta segunda-feira (17), caindo há pouco 1,23%, a R$ 3,1080, na cotação comercial.
O real é a moeda, entre as principais, que mais se valoriza nesta sessão. Além de acompanhar o enfraquecimento da moeda americana no exterior, o mercado de câmbio reage à atuação do Banco Central. A autoridade monetária iniciou a rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em maio. A operação equivale à venda futura de dólares.
Foram rolados neste pregão todos os 16 mil contratos ofertados, no montante de US$ 800 milhões. Ao todo, vencem em 2 de maio US$ 6,4 bilhões em contratos de swap cambial.
Segundo analistas, a rolagem dos US$ 6,4 bilhões deverá integral, o que contribui para a queda da moeda americana, uma vez que esse montante permanecerá no mercado.
A última vez em que houve rolagem total de contratos de swap cambial foi em janeiro.
"Isso significa que está confortável com esse nível de câmbio e prefere deixar o mercado se acomodar nestes patamares, esperando alguma sinalização mais contundente dos mercados externos para atuação", diz a Lerosa Investimentos, em relatório.
Para a equipe de análise da corretora H.Commcor, a postura do BC sinaliza precaução com o cenário geopolítico, em meio às tensões entre Estados Unidos e Coreia do Norte. "Também indica cautela com o cenário político nacional em tempos de delações da Odebrecht 'abertas'", escrevem os analistas.
José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, diz que o dólar segue mais fraco também por causa dos dados americanos de inflação e vendas no varejo de março abaixo do esperado, o que reduz as apostas de aumento mais agressivos dos juros nos Estados Unidos. Ele destaca ainda declarações do presidente Donald Trump, na semana passada, defendendo dólar e juros baixos.
"Por enquanto, a despeito da piora do clima externo e interno, a tendência do dólar segue intacta por aqui: de baixa para o médio e para o longo prazo", escreve Faria Júnior.