segunda-feira, 24 de abril de 2017

Aprovação de crédito para indústria no BNDES sobe 30% no começo do ano

Zanone Fraissat/Folhapress
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, recebe a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques
Presidente da Fiesp recebe a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques (foto de arquivo)

Folha de São Paulo

A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que a economia dá sinais de retomada que podem ser vistos nos números preliminares do banco no primeiro trimestre deste ano.

Segundo ela, houve aumento de 30% nas aprovações do Finame, linha de financiamento para o setor industrial, voltada para a compra de financiamentos, muito utilizada pelo setor agrícola.

A aprovação é o último estágio antes do desembolso do banco, ou seja, antes do cliente tomar o empréstimo de fato.

Outro dado que ela adiantou foi sobre as consultas para financiamento de investimentos para a área de infraestrutura, que teriam crescido 25% no primeiro trimestre, frente a igual período do ano passado.

A consulta ocorre quando o interessado envia pedido ao BNDES e o banco passa a avaliar a possibilidade do tomador de contratar o empréstimo. Por fim, Maria Silvia disse que houve aumento de mais de 300% nos pedidos para a linha de financiamento de capital de giro.

"Não havia esse crescimento no ano passado. O capital de giro não é necessariamente sinal de retomada, mas de preservação dos investimentos. As consultas melhoram e vemos um gradativo retomar do interesse dos investimentos", disse Maria Silvia, após seminário na FGV.

A presidente do banco de fomento afirmou que a instituição está trabalhando para reduzir o tempo entre a consulta, a aprovação e o desembolso de pedidos de financiamento do banco. O objetivo do BNDES é reduzir para 180 dias esse prazo em 50% dos processos em andamento atualmente. Ela lembrou que há processos que levam até 2.000 dias para a efetiva liberação de recursos.

No ano passado, os desembolsos do BNDES registraram queda de 35% em relação ao verificado em 2015. As liberações de recursos do banco somaram R$ 88,3 bilhões, no menor resultado desde 2007.

"Os desembolsos refletem o passado. Ele não reflete a situação daquele ano específico porque o banco tem projetos que levaram 2 mil dias [para liberação de recursos]", disse.