domingo, 4 de outubro de 2015

Ofensiva contra Nardes revela face 'autoritária' do governo, diz oposição

Daniela Lima - Folha de São Paulo


A oposição reagiu rapidamente à notícia de que o governo vai tentar afastar o relator do processo das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff do julgamento do TCU (Tribunal de Contas da União).

Líderes de partidos como o PSDB e o DEM afirmaram neste domingo (4) que a ofensiva contra o ministro Augusto Nardes revela a face "autoritária" da gestão petista e configura o "primeiro gesto institucional bolivariano" do partido no Brasil.
Líder da minoria na Câmara, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) disse ter visto com "muita preocupação" a iniciativa do governo, anunciada pelo ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Luís Inácio Adams.

"Isso é muito grave, estarrecedor. É a primeira atuação bolivariana institucional do PT dentro do Brasil", afirmou. "O governo mostra agora a pior face do seu autoritarismo e intolerância. Por trás dessa ação vergonhosa está apenas o temor em ver as contas da presidente rejeitadas", concluiu.

Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) afirmou que o Congresso tem o dever de reagir à ofensiva do governo. "O TCU é um órgão auxiliar do Congresso Nacional. Não podemos e não vamos aceitar esse tipo de intimidação. O Congresso terá que reagir", afirmou.

Alan Marques/Folhapress
Brasilia,DF,Brasil 04.10.2015 Os ministros Luis Inacio Adams (Advocacia-Geral da Uniao) Nelson Barbosa (Planejamento) e Jose Eduardo Cardozo (Justica) concedem entrevista coletiva para falar sobre o julgamento das contas de Governo pelo Tribunal de Contas da Uniao. Foto: Alan Marques/Folhapress cod0619 *** Local Caption *** e
Luis Inácio Adams, Nelson Barbosa e José Eduardo Cardozo em entrevista sobre julgamento das contas

APOSTA

O resultado do julgamento das contas da presidente Dilma do ano de 2014 é a principal aposta da oposição para justificar a abertura de um pedido de impeachment contra a petista no Congresso.

O TCU avalia se as contas do governo foram maquiadas por meio de dispositivos como as chamadas "pedaladas fiscais" –uso de dinheiro de bancos públicos para pagamento de despesas da União, como programas sociais.
O governo afirma que Nardes antecipou seu voto, ao dar declarações sobre o processo e que isso seria suficiente para colocar o relator do processo em "suspeição" por "parcialidade" na condução de sua análise.

Questionamentos do TCU