Gabriela Valente e Sérgio Fadul - O Globo
Principal alvo da Operação Acrônimo é o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono de gráfica
A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira uma operação que tem como alvos empresários que doaram para partidos políticos na campanha de 2014. Segundo a PF, 90 madados de busca e apreensão são cumpridos em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. No total, cerca de 30 endereços de pessoas físicas e de 60 empresas foram incluídos na ação. Em combate a uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, 400 policiais participaram da Operação Acrônimo. O principal alvo é o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono de gráfica em Brasília.
Benedito é dono de um avião - apreendido durante a campanha com R$ 116 mil. A aeronave tem o prefixo PEG, iniciais de seus filhos: o acrônimo que batizou a operação da PF.
Na ocasião, a PF deteve Marcier Trombiere Moreira, ex-funcionário do Ministério das Cidades que atuava na campanha do candidato eleito ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
Ao longo dos quase 8 meses de investigação, a PF diz que realizou acompanhamentos dos suspeitos, além de vigilâncias. A investigação também se analisou dados de notebooks, smartphones, tablets, além de outros dispositivos e mídias apreendidos durante a ação no ano passado. Segunda a polícia, mais de 600 gigabytes de informação relevante foram cruzados com outras fontes e bases de dados.Entre as medidas determinadas pela Justiça Federal está o sequestro de um bimotor turboélice King Air avaliado em R$ 2 milhões.
O empresário teve também que dar explicações sobre supostas irregularidades em um contrato da Dialog com o Ministério das Cidades. A empresa tinha contratos da ordem de R$ 49 milhões com vários ministérios em 2009.