Talita Fernandes - Veja
Candidato critica presidente por dizer que fraude da CPI da Petrobras é "assunto do Congresso"
Eduardo Campos e Marina Silva participam de evento em São Paulo (Divulgação/VEJA)
Campos lembrou que a presidente já esteve à frente da estatal e que foi sua base aliada que combinou as perguntas e respostas. "A presidente Dilma tem tudo a ver com a crise da Petrobras. Ela comanda o setor elétrico brasileiro há doze anos. Ela comandou a presidência do Conselho e depois, como presidente, nomeou a presidente da estatal (Graça Foster)", disse. "Há uma CPI para apurar malfeitos, é feita uma articulação da base dela com gente do governo para treinar perguntas e respostas, ela diz que não tem nada a ver com isso. Quem que tem a ver então?", criticou.
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O presidenciável também criticou nesta segunda-feira seu adversário tucano, Aécio Neves. O candidato ao Planalto pelo PSDB afirmou em sabatina ao G1 que pretende reduzir o número de ministérios de 39 para 23. Questionado sobre quais pastas cortaria, Aécio citou a Secretaria da Pesca e propôs a criação de um ministério da Infraestrutura. "Eu gostaria de saber quais são as ideias dele para a Pesca, porque tem muita gente sobrevivendo da pesca. E queria saber também sobre a infraestrutura, porque no tempo em que o partido dele governou a infraestrutura do Brasil não avançou em praticamente nada", afirmou. Assim como o tucano, Campos também diz que vai reduzir os ministérios para cerca da metade do quadro atual, mas considera prematuro especificar quais seriam cortados. "Apresentar a forma antes do conteúdo, sinceramente, é mais coisa para marketing do que para quem tem responsabilidade de mudar o Brasil", disse.
Embora tenha feito críticas duras a seus adversários, Campos ainda não detalhou suas promessas de campanha. O programa de governo, cuja apresentação era prevista para esta segunda-feira, foi adiada novamente e ainda não tem data para publicação. Questionado sobre de onde virão os recursos para financiar promessas como o passe livre para estudantes e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para saúde, Campos tem dado respostas genéricas, dizendo tratar-se de escolher prioridades, e dito que os cálculos serão divulgados no programa de governo.
Juventude — Numa tentativa de fazer sua candidatura deslanchar, Campos tem apostado no eleitorado jovem. Ele e sua vice, Marina Silva, têm dito que a juventude representa o espírito de mudança na política, principal bandeira levantada por eles. Na tarde desta segunda, os candidatos participaram de um evento com a militância jovem em São Paulo onde receberam uma "Carta das juventudes". Lida por sete jovens em formato de jogral, a carta reúne os seis principais pontos do programa apresentado pelo PSB ao registrar a candidatura de Campos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no início de julho.