Blog Reinaldo Azevedo - Veja
Minha coluna na Folha: “A derrota da Seleção e a de Dilma”
Leiam trecho da minha coluna da Folha:
Sempre temi pelo dia em que isto aconteceria: a população demonstrar mais serenidade, bom senso e objetividade do que parcela considerável dos analistas políticos. Temia porque a “catchiguria” ainda tem lá a sua responsabilidade na formação da opinião e, em tese ao menos, dispõe de instrumentos para avaliar com mais precisão a realidade. Afinal, uma de suas tarefas é tentar revelar a essência sob a aparência das coisas, de sorte que o “véu diáfano da fantasia” (Eça) não esconda “a nudez forte da verdade”. Sempre temi, sim, por este momento, mas também não sou do tipo que lamenta a sorte do mundo: bem-vindo, povão, às luzes! Já estava na hora de aposentar os que insistem em cegá-lo com a clareza das ideias mortas. Ah, os iluministas mequetrefes de anteontem! Enigmático? Nem tanto.
Pesquisa Datafolha publicada na edição de quinta-feira (3) desta Folha demonstra que o segundo turno na eleição presidencial continua uma realidade tão palpável quanto há um mês (38% de Dilma contra igual número dos adversários) e que a diferença da presidente (re)redisputante para seus adversários na rodada final variou na margem de erro, mas com distância numérica menor: 7 pontos contra Aécio Neves, do PSDB (46% a 39%), e 13 pontos contra Eduardo Campos, do PSB (48% a 35%). Ocorre que só 1% dos entrevistados não conhecem a petista, número que chega a 19% no caso do tucano e a 36% no do pessebista. Dizem conhecê-la “muito bem” 50% dos entrevistados –só 16% afirmam o mesmo sobre Aécio, e 7% sobre Campos. Se os petistas querem comemorar, por mim, tudo bem! Prefiro, por princípio, a euforia à depressão. Sigamos.
A Copa do Mundo se realiza sem maiores atropelos –este que escreve, felizmente, nunca disse o contrário, nem aqui nem em lugar nenhum. Também tratei como rematada tolice essa história de “Não Vai ter Copa”, além de achar que a cadeia é um bom lugar para bandidos mascarados, sequelados pelo excesso de achocolatados e cereais matinais e pela falta de um pai e de uma mãe que os amem com mais severidade. Em Dois Córregos, “black bloc” não é ética, não é estética, não é tática; é só falta de cinta. O Datafolha constatou que 63% são favoráveis à realização do torneio no país (só 27% se opõem), embora 46% considerem que ele traz mais prejuízos do que benefícios (45%). Os protestos provocam mais vergonha (65%) do que orgulho (26%). A leniência oficial com a baderna, como se vê, teve o condão de tirar o povo da rua. Gilberto Carvalho não bate papinho com baderneiro porque seja burro. Sim, se a Seleção Brasileira for campeã, haverá ainda mais gente de peito estufado. Torço para que aconteça. A tristeza é má conselheira.
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