quinta-feira, 22 de maio de 2014

PT, PSB e PSDB comemoram resultados. Como Ibope trabalha para governo Dilma, é de se imaginar que a opsição esteja melhor na foto

Germano Oliveira e Sérgio Roxo - O Globo

 
  • Rui Falcão ressalta que presidente, hoje, ainda ganharia no primeiro turno; oposição vê possibilidade de crescimento
 
 
A possibilidade cada vez maior da realização de segundo turno animou a oposição à presidente Dilma Rousseff. Os resultados da pesquisa Ibope divulgados nesta quinta-feira, em que a diferença de Dilma para a soma dos candidatos da oposição (Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB), caiu de 13% para apenas 4%, foram comemorados tanto pelo PSB como pelo PSDB. Dilma está com 40%, Aécio com 20% e Campos com 11%. O PT também comemorou, pois Dilma ainda venceria no primeiro turno.

Os tucanos comemoraram o fato de Aécio Neves ter sido o pré-candidato que mais subiu na pesquisa Ibope, de 14% para 20%, e que obteve a maior queda na rejeição, de 25% para 20%. Segundo Aécio, os dados do Ibope confirmam os de outros institutos que já havia apontado sua subida.

— Os dados da última pesquisa Ibope confirmam, com algum atraso, o crescimento da nossa candidatura já apontado por todos os outros institutos. Confirma também o crescimento do conjunto das oposições, mesmo com o grau de conhecimento dos candidatos muito menor do que o da atual presidente. O que aponta, cada vez mais, para um cenário de segundo turno. Mas continuo entendendo que o dado mais relevante nesse instante é o alto percentual de brasileiros que clamam por mudanças profundas no país. Acredito que isso continuará a ser refletido nas próximas pesquisas — disse Aécio por meio de nota.

Segundo o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), presidente do Diretório Estadual do PSDB de São Paulo, a subida do tucano reflete uma somatória de fatores, que vão do programa de rádio e TV do partido que foi ao ar em abril, à seu discurso pela mudança, que está sendo bem compreendido pelos eleitores.

— A subida nas pesquisas se deve também à frenética caminhada de Aécio pelo Brasil e à estratégia de montagem de palanques estaduais. Já temos 11 candidatos a governador nos Estados e palanques fortes em São Paulo, com Geraldo Alckmin, e em Minas, com Pimenta da Veiga, além das candidaturas à reeleição no Paraná (Beto Richa) e em Goiás (Marconi Perillo). O eleitor está entendendo as mensagens do partido - disse Duarte Nogueira.

O tucano explicou que Aécio subiu mesmo competindo em desigualdade de condições com a presidente Dilma Rousseff que tem aparece diariamente na mídia.

— Quando começar a campanha no rádio e TV, em agosto, Aécio subirá ainda mais. O mais importante é que está cada vez mais viável a realização do segundo turno — disse o tucano.
Na campanha de Campos, os números do Ibope também foram comemorados.

— Há uma avenida para o crescimento. Considerando que ele ainda é um candidato pouco conhecido, há uma ascendência — afirmou Carlos Siqueira, coordenador da pré-campanha presidencial do PSB.
Siqueira acredita ainda que o crescimento será gradativo até o começo do horário eleitoral, em agosto.

— Na medida que vai se tornando conhecido, tem uma empatia com eleitorado, vai melhorando o desempenho.

O coordenador da pré-campanha chamou a atenção ainda para o fato de que o Ibope registrou que Campos e Aécio possuem praticamente o mesmo desempenho nas simulações de segundo turno contra Dilma. A pesquisa apontou uma vantagem de 19 pontos da petista sobre o tucano e de 20 sobre o pré-candidato do PSB.

— Isso é importante se considerarmos que o Eduardo tem grau de conhecimento muito menor do que o Aécio.

O PT também comemora

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse ao GLOBO que não costuma comemorar pesquisas, “mas, se eu o fizesse, teria motivos com esta do Ibope”.

— Os dados indicam a estruturação de um campo completamente favorável, em todas as classes e regiões. Além disso, se a eleição fosse hoje, Dilma venceria no primeiro turno — disse Rui Falcão por meio de sua assessoria. Dilma se recuperou, subindo de 37% para 40% muito em função do último programa de TV, na qual o partido diz que votar na oposição poderia representar uma volta ao passado.